quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Frase mórbida?! Eu não acho

Meu primeiro contato com Ele foi quando eu tinha cinco anos de idade. Cochilei e fiz xixi no sofá de casa, novinho em folha. É hoje que levo uma surra, resmunguei! Mas aí, antes de me deitar, ajoelhei-me e sussurrei: Papai do Céu, que mainha não brigue comigo quando chegar em casa, senão eu tô frita! Dormi na mais perfeita paz e no dia seguinte ela até me consolou: a gente lava e põe no sol. Ops, encontrei ali um aliado! Cresci lembrando com gratidão por aquele dia, certa de que não foi o sol que me salvou de uma bela bronca...

Mas hoje, cada dia que passa, tenho até certo constrangimento de falar sobre Ele. E isso me dá um remorso danado... Porque a maioria das pessoas prefere acreditar em si própria, na sorte, no acaso, na natureza, nos astros, em Santa Periquita do Rabo em Pé, na puta que lhe pariu, a dar crédito pela vida, pelas graças ou pelos livramentos a Deus. Ou Jesus. Já repararam que as pessoas pouco usam esse nome?

De uns tempos para cá, percebi que não posso consolar muitos amigos oferecendo-lhe uma palavra de conforto advinda da Bíblia: seria mais que uma afronta às mentes que se acham magnânimas e mega-bem-instruídas. Elas não acreditam em um livro que somente ensina o bem, mas lêem os jornais, e propagam tudo que estava ali - que foi escrito por um mero repórter - como a mais pura verdade. Ficam inchadas de tanta presunção ao ditarem seus autores, livros favoritos. “Não, porque Dan Brown é maravilhoso... Não, porque adoro as críticas de Arnaldo Jabor”. Mas o que disse Jesus aos seus discípulos precisa ser incansavelmente rebatido, discutido, punido...

Estava conversando com uma amiga e comentei: mas a gente não pode botar uma passagem cristã no MSN que é motivo de polêmica, né, menina? Logo depois, coloquei no espaço de mensagens pessoais a seguinte frase: "Nunca mais te servirá o sol para luz do dia nem com o seu resplendor a lua te iluminará; mas o Senhor será a tua luz perpétua". Juro: não se passaram cinco minutos para a primeira avessa a Deus dizer: “mas q frase mórbida é essa, mulher?”. Mórbida? A cazzo só se fala em Deus quando se está na lama? Outro: “Virou crente, foi?”. Dã! Me errem!

Já ganhei tantas coisas boas, já tive tantos pedidos acatados, já recebi bênçãos... Mas se eu atribuir tudo isso a Deus, noooooossa! Arranjo facilmente um opositor! Já deve ter até algum leitor pensando: Mas ela não quer dar uma de santinha pra cima de mim não, né? Acertei? Seguramente, sim!

Uma exemplo dos frutos da minha fé: havia uns quarenta candidatos à vaga por um estágio... Por aí. Estava num período de baixa auto-estima. O “emprego” em uma TV cairia como uma luva para eu descobrir que eu não poderia ser tão improfícua quanto pensara. Fiquei na minha. Os que se auto-congratulavam os mais ilustres da faculdade, que tinham a cabeça quase saindo do pescoço, me olhavam de nariz torcido. Mas aí eu bati o pé: Deus, o sol por acaso não nasceu para todos? E eu por acaso não lhe sou fiel? (Hoje estou bem dispersa, mas, no tempo, eu realmente era!) Pois fiquei na varanda de casa, cobrei a Deus boa parte de suas promessas e, dias depois, tive a notícia do resultado. Única selecionada!

À época, aquilo me parecia a chance de minha vida, um divisor de águas. Hoje vejo que não era nada se comparado à glória que Deus ainda irá me revelar. Pretensiosa? Não... Nem um pouco. Não sou alienada, não sou fundamentalista, nem nenhum desses termos proclamados pelos que adoram mostrar sua opinião “sóbria” e “madura” ou sabe-se lá o quê contra Cristo! Apenas confio no meu taco e em alguém que me ama, me conhece pelo meu nome e pode me sustentar!


Myllena Valença