sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Encontrei um palhaço

Ter assistido, tempinhos atrás, ao espetáculo Quidam, do Cirque du Soleil, me fez repensar uma qualidade de poucos: o bom-humor. Isso porque há anos eu não achava tanta graça nas piadinhas clichês dos palhaços. O riso – para quem provoca ou é provocado - é sinal de que uma pessoa possui espírito superior, capaz de desvaler os trampos da vida com bravura e ternura. Bom-humor deveria ser pré-requisito até para se trabalhar numa empresa. É virtude dos sábios, dos generosos, dos sãos.

Um amigo me disse que espécie rara, hoje, é uma mulher que lhe provoque gargalhadas, dessas quando se joga a cabeça para trás e os olhos enchem de lágrimas. Concordo com ele em relação aos homens. E lembrarei daquele palhaço antes de decidir sobre meus amores. Quero alguém que mostre - e me faça exibir - 80% a 90% dos dentes pelo menos três vezes ao dia. É questão de sobrevivência!

Encontrei um palhaço. E nem precisou ser um profissional de circo. Estando com ele, mantenho distância das carrancas, daqueles que mais se parecem com cossacos russos, que não encontram nenhuma relação entre piadinhas sacanas ou mancadas corriqueiras com uma risada franca, ruidosa e prolongada. E não falo desses manés que passam o dia soltando piadinhas chapadas. Bom-humor requer inteligência (emocional e intelectual). É, repito, uma virtude!

Não adianta um namoradinho bom-de-cama, que me leve para ótimos restaurantes e discuta Sêneca se ele for um defunto sem atitude para me divertir. Um caso de amor sem sexo pode se prolongar. Sem a dose ideal de riso, no entanto, já começa falido.

Fuja dos que possuem síndrome de vítima ou só enxergam um mundo obscuro. Cerque-se das pessoas de alma feliz e contamine-se!

Myllena Valença