quarta-feira, 2 de maio de 2007

Ó, dúvida cruel!

Fazer a coisa errada sabendo que estou fazendo a coisa errada? Ou fazer a coisa certa e ficar com o coração do tamanho de uma uva-passa?
Mas se fizer a coisa errada, também ficarei com o coração miúdo. Porque terei de mentir.
E a mentira brinca de montar na ‘cacunda’.
É gorda, pesada.
Ela anda de mãos dadas com o remorso.
E só vai embora se eu fingir ter memória curta.
Mas esse fingimento me faria esquecer o motivo que me levou a fazer a coisa errada.
Esse erro, especialmente esse erro, chamo de burrice sentimental. Faz bem ao corpo. Mas corrói a alma.
Já sentiu dor na alma?
Eu já!
Toda vez que cometo esses desacertos.
E também quando não tenho a oportunidade de cometê-los.
Ó, dúvida cruel.

Myllena Valença

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